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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Carta de Encerramento da Greve

O FIM DE UMA ETAPA E O INÍCIO DE UM NOVO MOMENTO PARA O MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UFES

O Movimento Estudantil da UFES deu no dia 27 de outubro um importante passo na luta por uma Universidade integralmente pública e responsável com seu corpo discente e a sociedade em geral.
Iniciamos um processo grevista altamente propositivo, em que problematizamos não só a posição dos/as bolsistas individualmente, mas o papel que cumprem para manutenção de uma Universidade com precárias políticas de assistência estudantil, de pesquisa e extensão.
Até hoje insistem em dizer que os programas de assistência e de bolsas para pesquisa e extensão (que são coisas bastante diferenciadas) da nossa Universidade são considerados programas-modelo. Modelos em que? Voltamos a dizer: a UFES utiliza como mão-de-obra superexplorada estudantes que não tem direitos sequer de estagiários/as, quanto mais trabalhistas. Atuam em áreas administrativas pela metade do tempo de um servidor técnico-administrativo e não ganham sequer um quinto do que recebe um servidor na mesma área desempenhando as mesmas funções.
Que política de assistência e de bolsas para pesquisa, extensão e ensino são essas?
Pois bem, chegamos a este dia 17 de novembro, 22 dias após a deflagração de greve com uma importante missão cumprida: a Administração Central da UFES declarou publicamente que mantém um sistema de bolsas falho. E mais: Se comprometeu a até o ano que vem corrigi-lo a partir da extinção das bolsas PAD e ampliação das bolsas de pesquisa, extensão e monitoria.
Na prática, veremos a quantidade de bolsas para monitoria, extensão e pesquisa quase dobrar, o que é um avanço fundamental que não teria sido possível sem o movimento.
Importante lembrar que antes de ser deflagrada a greve o discurso na Comissão de Bolsas instaurada pelo Conselho Universitário e na própria Reitoria era de que seria impossível aumentar o valor pago sem reduzir a quantidade global de estudantes que recebem bolsas. A intenção inicial da comissão era reformular as normas pertinentes aos programas, mas nunca extinguir o programa de bolsas administrativas (PAD).
Tudo isso mudou a partir da mobilização estudantil.
Conquistamos um aumento (ainda que aquém do necessário) sem a diminuição na quantidade de bolsas, o compromisso em encaminhar para a Comissão a liberação de estudantes em véspera de prova e para eventos estudantis (o que na prática é a conquista da pauta, já que a comissão é de ampla maioria da Administração Central) e uma questão importantíssima: a criação de uma comissão de estágio, que visa regulamentar as atividades de estágio dentro da Universidade (NPD, NPJ, Procuradoria, HUCAM etc.) de acordo com a Lei de Estágio.
É pouco perto do que pretendemos e queremos para a Universidade. Mas é o bastante para considerarmos esta etapa como vitoriosa e a finalizarmos com espírito de luta renovado.
Permaneceremos em estado de alerta, nos comunicando para que a reitoria não só cumpra o já prometido como no ano que vem rediscuta uma gama de questões que ainda ficaram pendentes e são para nós centrais. Por isso, a Reitoria terá que escolher, a partir de suas ações, se a greve diz “tchau” ou “até logo”. Estaremos vigilantes.
Exemplo disso é o direito a férias remuneradas. Neste semestre teremos, caso a Universidade permaneça intransigente, estudantes pagando para trabalhar. Ou seja, num período em que não há R.U. disponível e tampouco passe-escolar (meio-passe) à venda –  já que o SETPES limita ao período letivo a venda de passes –  estudantes serão obrigados/as a virem prestar serviços para a Universidade a troco de míseros R$300 (infelizmente necessários à subsistência de muitos/as), descontando disso R$4 ou R$4,30 por dia mais os possíveis gastos com alimentação. Sendo ainda que por enquanto os valores não serão elevados para R$360, já que o reajuste é previsto para janeiro. Desumano? Parece que não para nosso Reitor Rubens Rasseli.
Enfim, a conquista definitivamente não é plena, mas concordamos que esta etapa foi cumprida, denunciando amplamente a situação degradante em que estamos inseridos/as e cobrando postura imediata da Reitoria.
O próximo passo é acompanharmos ativamente a aprovação do novo regulamento das bolsas na UFES e no próximo período, caso não haja as mudanças necessárias ao andamento das atividades acadêmicas, nos comprometemos coletivamente em inaugurar uma nova etapa da nossa mobilização. Desta vez mais radicalizada e envolvendo toda a comunidade universitária, não só os/as bolsistas.
Retornaremos a partir de amanhã às atividades, encerrando por hora o movimento grevista, certos/as de que o processo aqui construído poderá dar muitos frutos para a construção de uma Universidade pública orientada às demandas sociais.
Agora temos que ao mesmo tempo comemorar as vitórias e articular intensamente nossa mobilização, que é e sempre será permanente.
Só a luta transforma.
Vitória, 17 de novembro de 2010
DCE-UFES
BOLSISTAS EM GREVE

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Encerra-se a greve. Permanece o movimento

Hoje foi decretado o encerramento desta etapa do nosso movimento. A partir de amanhã (18/11) retornaremos às atividades.

Conquistamos importantes avanços, insuficientes para dar jeito à situação precária em que estamos. Mas cremos que até o momento importante papel foi cumprido: de publicizar a situação em que estamos e de acabar com a superexploração do trabalho estudantil na UFES.

O fim das bolsas PAD está decretado. Com ele, inicia-se um amplo movimento, não visto há tempos no movimento estudantil.

Estamos em estado permanente de mobilização. E a qualquer momento retomaremos às manifestações que acreditarmos necessárias para a melhoria da UFES.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Resumo do dia e perspectivas para amanhã

Hoje o dia foi um tanto conturbado.

Primeiramente pela falta de mobilização, já que acabamos de sair de um feriado. E depois, pela ação da reitoria, que novamente quis descumprir acordo.

Como todos/as sabem, foi marcada uma reunião para hoje com o reitor. Qual não foi nossa surpresa quando descobrimos que a intenção da Administração Central era apenas nos remeter um documento (que segue abaixo) com posição sobre nossas reivindicações.

Insistimos na necessidade de reunião e conseguimos uma audiência com Rubens Rasseli.

Nela, o reitor deixou claro ser esta uma proposta da administração e que estão dispostos a ouvir a contra-proposta do movimento. Mas enfatizou ponto a ponto, insistindo nos "limites administrativos" que têm.

A resposta da reitoria a nossos pontos avança, sem dúvida. Se é o suficiente para terminarmos a greve, avaliaremos amanhã (17/11) às 12h em frente ao R.U., na nossa próxima Assembleia Geral.

4 pontos importantes a serem destacados no documento:

1) Consolida-se a posição de que haverá aumento geral (sem distinção de bolsa) sem diminuição da quantidade global, ao contrário do que já foi dito pelo Vice-Reitor, ventilado nas primeiras reuniões da comissão e pelos cantos da reitoria anteriormente à greve.

2) A substituição gradual das bolsas PAD passa a ser uma exigência imediata de substituição. Nossa intenção é que seja garantido aos atuais bolsistas PAD possibilidade de ingressarem em projetos de pesquisa e extensão que serão ampliados com a mudança nas bolsas.

3) Proposta de criação de uma Comissão de Estágio, para regulamentar o estágio dentro da UFES.

4) Liberação em véspera de prova e em eventos estudantis passa a ser uma indicação da reitoria à comissão de bolsas (na prática uma determinação a uma comissão com ampla maioria da administração).







Esperamos todos/as na ASSEMBLEIA GERAL DE AMANHÃ (17/11) 12h em frente ao RU-Goiabeiras!

Moção de apoio da UNE


TODO APOIO À LUTA DOS/AS ESTUDANTES DA UFES

Educação superior de qualidade passa por incentivo à pesquisa, ensino e extensão, pilares fundamentais da estrutura universitária e por assistência estudantil adequada, a fim de garantir a permanência do/a estudante nas instituições de educação superior até que conclua seus estudos.

Baseados nestes dois nortes gerais, estudantes bolsistas da UFES resolveram entrar em greve e reivindicar um conjunto de ações da administração central que compreendem ser necessário para uma Universidade sintonizada com os anseios sociais.

É necessário compreender, como demonstram os/as estudantes da UFES, que assistência estudantil não pode ser barganhada por trabalho superexplorado. Pesquisa e extensão também não podem ser utilizados como camuflagem para realização de serviços administrativos, próprios de servidores técnico-administrativos em educação.

Credenciando a luta travada dentro da Universidade Pública, a UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES manifesta total apoio ao movimento deflagrado na UFES e chama todo o movimento estudantil nacional a se juntar nas fileiras da luta por uma educação popular e de qualidade.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2010

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

Moção de apoio da CONEP

Moção de Apoio da CONEP à Greve dos Bolsistas da UFES.
Avancemos Juntos Rumo à Vitória!

A Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia – CONEP –, entidade que articula as lutas estudantis da psicologia a nível nacional, visando à superação das desigualdades e à transformação de nossa sociedade, vem através desta manifestar seu total apoio às lutas travadas pelo movimento grevista dos estudantes bolsistas da Universidade Federal do Espírito Santo. Desde o dia 27 de Outubro deste ano, as companheiras e os companheiros da UFES estão mobilizados, enfrentando com ousadia e radicalidade as tentativas de intimidação e desarticulação da administração central da Universidade, e mostrando que estudantes que se organizam em luta devem ser temidos por quem ousa lhes negar seus direitos.
Está entre nossas bandeiras “construir e defender a Universidade pública, gratuita, laica e de qualidade, realmente preocupada com políticas de permanência, expansão de qualidade, em um programa político pedagógico voltado para as necessidades da classe trabalhadora e não somente para o mercado de trabalho”. Assim sendo, entendemos que os bolsistas em greve da UFES e nós da Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia estamos do mesmo lado na luta pela superação das opressões classistas que nos tolhem o direito de sermos plenamente humanos, opressões essas que a Universidade brasileira também deveria buscar superar. Portanto enfrentar as condições de precarização e hiper-exploração dos estudantes indevidamente utilizados para substituir servidores públicos, com seus direitos tolhidos, bolsas de baixíssimo valor, desvios de função, casos inúmeros de assédio moral, falta de investimentos em pesquisa e extensão, é buscar a universidade que queremos, comprometida com a classe trabalhadora de nosso país, e com a dignidade que nosso atual sistema nos nega.
Avancemos nas lutas camaradas! A vitória de vocês é a nossa vitória, e a de todo o movimento estudantil brasileiro! E que eles tenham pesadelos e fiquem cada vez mais sem sono, mas agora é a hora de o movimento estudantil colecionar vitórias e mais vitórias em seu empreendimento de transformação social.
Nossa vitória não será por acidente!
Aprovada pelo Conselho Nacional de Estudantes de Psicologia – CONEPSI Salvador.
Salvador, 15 de novembro de 2010.

sábado, 13 de novembro de 2010

Moção de apoio da ENEFi

Executiva Nacional de Estudantes de Fisioterapia
Carta de Apoio à greve dos estudantes bolsistas da UFES
A Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia (ENEFi) se manifesta a favor da greve dos/as estudantes bolsistas da UFES. Entendendo que a universidade no que se refere às bolsas vinculadas diretamente à educação, não se faz mais do que seu papel, e na prática não o cumpre, usando o/a estudante como uma mão de obra barata para desempenhar, a função de servidores/as contratados/as, sendo que cumprem funções administrativas, quando deveria ser um estágio de caráter pedagógico, onde o objetivo maior é o aprendizado e a convivência do/a estudante com a rotina da área trabalhada.
E é por isso e outros motivos que a ENEFi, apóia incondicional e irrestritamente a greve dos bolsistas da Universidade Federal do Espírito Santo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Terça é o Dia D!

Atenção bolsistas: Terça-feira é o dia da reunião da coordenação do movimento com a Reitoria.

Nessa reunião a Administração Central se comprometeu a apresentar uma proposta concreta de termo de negociação. Decidiremos se aceitamos e veremos no que se pode avançar mais.

Daí, duas decisões podem ser tomadas por nós grevistas: Ou finalizamos a greve, partindo do acordo firmado com o reitor ou a intensificamos, se o acordo proposto for insuficiente ou inexistir.

Para isso, foi definido o seguinte plano de ação:

Terça (16/11) à partir de 12h: Vigília permanente no DCE. Ficaremos por lá até o final da reunião, para debatermos coletivamente e, se necessário, realizaremos mobilizações-relâmpago.

Neste dia (terça) é fundamental ter a mais ampla paralisação. Aqueles setores que estão em "operação tartaruga" (revezamento de bolsistas por serem atividades de risco), devem paralisar por completo.

Quarta (17/11) 12h em frente ao RU-Goiabeiras: Assembleia da Greve. Avaliaremos a reunião de negociação e definiremos os próximos passos ou, se a negociação for vitoriosa, o passo final da greve.

Até a vitória!